13/12/2010

Minha vila

Felizes são as pessoas da minha vila que sabem viver a vida. Quanta alegria, meu Pai, quanta alegria! Os botecos ficam lotados de homens e mulheres munidos com as suas latinhas de cerva, tudo pra não perderem a cadência do samba. Na minha vila é sempre essa celebração. O espírito humano acomoda evangélicos e católicos; iguais e diferentes; pagodeiros e sertanejos; gente com dente e gente sem dente. Isso sim que é viver. Na minha vila é lei. É proibido ser triste. Mulheres suadas com suas barriguinhas e barrigões de fora, que beleza. Os marmanjos mandam ver no pagode e no goró. Canela grossa, canela fina. Gentes de muitas patentes numa epifania dos sentidos. Portugueses, paraibanos, mineiros, baianos. Céticos e ascetas. Mendigos e nóias. Na minha vila a vida pulsa e até o mais fastiento dos domingos vira uma farra.


...

Nenhum comentário: