07/10/2010

Pra que polimento, meu Deus?

Na sociedade do espetáculo em que vivemos tudo é fantástico: uma foto, um saco cheio de aerofagia, uma malcriação, vídeos toscos, poemas toscos, programas de televisão toscos, artistas toscos, políticos toscos, professores toscos, alunos toscos, médicos toscos. Qualquer bostare 'estábulo' logo ganha adjetivos: genial, sensacional, colossal e o escambau. Quer saber? É dose pra leão essas sensações, esses exageros gratuitos. Parece que todo mundo, inclusive eu, precisa aparecer no twitter, no facebook, no orkut, na puta que o pariu. Visibilidade. Deve ser a glória dos tolos ser flagrado na mesa do restaurante, na fila do cinema, na feira do bairro, no supermercado, na Bienal, na tela da tevê. Parece que gente assim anseia ser o centro das atenções até mesmo os que negam isso. Na sociedade do espetáculo é preciso chegar chegando, como dizem, causando. Então, pra que polimento, meu Deus? A natureza bruta se brutalizou em nós mesmos, eis a nossa versão mal-acabada. Isso não é genial?

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